CBF é condenada na justiça a pagar indenização a ex-diretora por assédio moral

Placar 88

CBF
A Justiça considerou que Luisa Rosa, ex-diretora da CBF, deve receber indenização por “abalo psíquico sofrido”

CBF foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro, a pagar uma indenização de R$ 60 mil à ex-diretora de patrimônio da entidade, Luísa Rosa, por “abalo psíquico sofrido”.

A decisão do juiz substituto Leonardo Almeida Cavalcanti, é em primeira instância e cabe recurso. A CBF afirmou que vai recorrer, além de processar criminalmente a ex-diretora por conta de “acusações infundadas”. Luísa Rosa, que inicialmente pediu R$ 1,8 milhão, também afirmou que vai recorrer.

Na decisão, a CBF também foi condenada a realizar o pagamento das diferenças salariais, FGTS, 13º salário e horas extras, porém esse valor não foi especificado na sentença. Em nota, a entidade afirmou que “está confiante de que o tribunal vai reverter a decisão”.

Veja a nota completa da CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que recorreu da sentença e está confiante de que o tribunal vai reverter a decisão, uma vez que a análise dos documentos e depoimentos apresentados nos autos comprova não ter havido qualquer tipo de assédio.

Embora o valor da indenização tenha sido arbitrado em R$ 60 mil, o pedido inicial da reclamante era próximo a R$ 2 milhões, o que demonstra uma significativa diferença entre as expectativas da autora e a decisão de primeira instância. Além disso, a CBF ingressou com uma ação criminal contra a ex-diretora pelas graves e infundadas acusações que foram apresentadas.

A CBF ressalta que o processo tramita sob segredo de justiça e manifesta surpresa pela exposição pública do caso, o que pode configurar uma quebra de sigilo com o intuito de causar constrangimento à entidade. Diante disso, a CBF não pode fornecer detalhes sobre o caso, reafirmando o compromisso com o respeito ao devido processo legal.

Problemas internos

Primeira mulher a chegar ao cargo de diretora na entidade máxima do futebol brasileiro, Luísa Rosa foi contratada em 2022, um mês após a chegada de Ednaldo Rodrigues, porém a passagem dela ficou marcada por um processo contra o dirigente.

Primeira mulher a chegar ao cargo de diretora na entidade máxima do futebol brasileiro, Luísa Rosa foi contratada em 2022, um mês após a chegada de Ednaldo Rodrigues, porém a passagem dela ficou marcada por um processo contra o dirigente.

Em uma pesquisa realizada com funcionários da CBF, produzida pela empresa especializada “Travessia – Estratégias em Inclusão” e feita sob condição de anonimato, foi apontado que mais da metade dos quase 400 funcionários ouvidos “entende que o ambiente não é seguro e livre, existindo medo por parte das pessoas de falar mais sobre situações, inclusive medo de retaliação ou descrença no sistema”.

O mesmo grupo ainda respondeu que “não faria reclamação ou denúncia sobre essas situações nos canais atualmente existentes na entidade”.

Também foi apontado pela pesquisa que mais de 1/3 dos respondentes entendem que “o ambiente da organização não é respeitoso, inclusivo e seguro para todos, inclusive para pessoas de grupos minoritários”. Eles também apontaram que o ambiente “não é livre de discriminação, assédio e racismo”.

 

Fotos: Google

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