Zak Brown, CEO da McLaren, confirmou que a McLaren vendeu 30% das ações da McLaren Racing para o Mumtalakat, fundo soberano do Bahrein, e para o fundo de investimentos automotivos CYVN Holdings. As duas empresas já eram donas do braço esportivo da equipe inglesa e compraram o percentual das ações que ainda não lhes pertencia. Desta forma, ambas passaram a deter 100% do controle do time inglês.
A “Bloomberg”, especializada em finanças, havia revelado no início deste mês a intenção dos donos da McLaren Racing de adquirir as ações restantes da escuderia. De acordo com a empresa, a compra faz com que o valor da equipe ultrapasse os 4 bilhões de dólares (R$ 21,8 bilhões, na atual cotação).
O desfecho da negociação foi confirmado por Brown em entrevista cedida à própria Bloomberg na última semana. Ao ser perguntado sobre o valor de mercado da McLaren, o CEO afirmou que a venda foi “toda concluída”.
O percentual de 30% comprado pelos fundos de investimentos neste mês pertencia à MSP Sports Capital e a outros acionistas minoritários. Eles investiram na McLaren em 2020; à época, a equipe estava se recuperando de anos anteriores ruins e foi avaliada em 560 milhões de libras (o equivalente a R$ 4 bilhões, na cotação atual).
O aumento substancial do valor de mercado da McLaren foi impulsionado não só pelo bom desempenho da equipe, que voltou a ser campeã de construtores em 2024 e quebrou um jejum de 26 anos. Brown ressaltou o aumento do apelo midiático da Fórmula 1 em geral como fator determinante nesta avaliação.
– O esporte está em alta, sabe, em todos os indicadores, a demanda por equipes. Não faz muito tempo que a Liberty (Media) adquiriu o esporte e implementou o teto orçamentário, o que de certa forma garantiu a estabilidade financeira de todos, a estabilidade e a competitividade nas pistas – disse Brown, acrescentando:
– Então, tem sido algo maravilhoso. Os fãs estão aparecendo às dezenas e centenas de milhões, patrocinadores, parceiros no esporte, como nunca vimos antes. O esporte está em alta, e que continue assim por muito tempo.
Brown também disse acreditar que ainda há mais espaço para o crescimento financeiro das demais equipes; com isso, rejeitou a visão de que a Fórmula 1 teria alcançado seu teto. O CEO da McLaren apontou o equilíbrio nas pistas como outro fator de destaque.
– Você olha para trás e, em cinco anos, eles (times) ainda cresceram. Então eu acho que o nosso esporte em particular tem muito espaço para crescimento. Temos 24 corridas, mas há demanda por provavelmente 30 grandes prêmios, então a procura é forte. Nosso carro tem as melhores marcas do mundo, a competição é incrível. No ano passado, quatro equipes venceram, sete pilotos diferentes venceram várias corridas. É a primeira vez que vejo isso em meus 30 anos acompanhando o esporte, então a competição na pista está ótima – concluiu.
Outras equipes têm se movimentado financeiramente na Fórmula 1. A Sauber, equipe do piloto brasileiro Gabriel Bortoleto, teve 30% das ações vendidas para o fundo soberano do Catar, de acordo com a imprensa internacional. O time vai passar a se chamar Audi no ano que vem.