A mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe sob o governo de Donald Trump ganhou um novo e poderoso reforço: o AC-130J Ghostrider, um avião de ataque pesado apelidado de “tanque voador”, operado pelo Comando de Operações Especiais da Força Aérea. A presença da aeronave, vista pela primeira vez em décadas na região, marca uma escalada significativa nas movimentações militares americanas próximas à América do Sul.
O Ghostrider foi flagrado no fim de outubro em uma base reativada por Trump em Porto Rico e, mais recentemente, em uma instalação controlada pelos EUA no aeroporto internacional de San Salvador, capital de El Salvador — país cujo presidente, Nayib Bukele, é um dos aliados mais próximos de Trump no continente.
De acordo com o jornal New York Times, a aeronave foi usada em ataques contra duas embarcações no Pacífico, que resultaram em ao menos 75 mortes. O Pentágono não confirma o tipo de armamento empregado, mas as imagens sugerem o uso de mísseis Hellfire, tradicionais em operações de precisão.
O Ghostrider opera ao lado do P-8A Poseidon, o mais avançado avião de patrulha marítima do mundo, e de um C-40 Clipper sem marcações oficiais — versão militar do Boeing 737-800, cuja função não foi divulgada. Juntas, essas aeronaves integram uma força que analistas veem como parte do cerco estratégico dos EUA ao regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Projetado a partir do lendário C-130 Hércules, o Ghostrider é considerado a quinta geração dos “tanques voadores” da Força Aérea americana. Desenvolvido em 2012 e introduzido oficialmente em 2019, o modelo possui um custo estimado de US$ 165 milhões (cerca de R$ 870 milhões) e combina sensores ópticos e infravermelhos com um arsenal de mísseis, bombas guiadas e dois canhões — um de 30 mm e outro de 105 mm, comparável a um obuseiro terrestre.
Essas armas permitem que a aeronave realize ataques devastadores a baixas altitudes contra alvos em terra ou no mar. Durante as guerras no Afeganistão e no Iraque, versões anteriores do AC-130 foram responsáveis por destruir campos inteiros de combatentes talibãs
Fonte: oglobo