Seis meses e meio, 195 dias, e uma saudade que chegou ao fim. Rodrygo está de volta à seleção brasileira. Fora das duas primeiras convocações de Carlo Ancelotti por motivos diversos, o camisa 11 do Real Madrid retorna para os amistosos diante de Coreia do Sul e Japão com a missão de corrigir uma rota que parecia inabalável até a Copa do Mundo de 2026.
Falar em riscos ou disputa de posição pode soar como exagero para alguém com o histórico do Rayo. Como se não bastasse a relação próxima com o treinador italiano nos muitos anos de Real Madrid, Rodrygo faz um ciclo sólido, com seis gols que o colocam na artilharia da Seleção ao lado de Raphinha desde a Copa do Catar. Motivos que tornaram o período de ausência ainda mais sofrido:
“Foi um longo tempo. Parecia uma eternidade estar longe da Seleção. Foi difícil, passei por muitas coisas. Foi bom para refletir, esfriar a cabeça, botar a cabeça no lugar. Me sinto bem e pronto para entregar o meu melhor, a minha melhor versão”
– É um prazer estar com o Ancelotti, que é quem me ajudou muito, deu um up na minha carreira. Nas mãos deles, eu evoluí de nível. Foi um prazer encontrar com ele, falar o quanto é bom estar aqui, falar que é sempre assim e por isso que eu gosto tanto de vir. Foi um longo período, mas agora estou bem e espero ajudar com o meu melhor.
A não convocação para a Data Fifa de junho aconteceu após diálogo franco com Ancelotti ao término da última temporada. Rodrygo admitiu que não vivia seu melhor momento técnico e até mesmo mental, e também ficou fora das últimas partidas do Real Madrid sob o comando do italiano. Dois meses depois, em setembro, as poucas oportunidades com Xabi Alonso justificaram a ausência dos duelos contra Chile e Bolívia, que encerraram as eliminatórias.
A realidade agora, no entanto, é outra. Garantindo estar em plenas condições físicas e psicológicas, Rodrygo entrou em campo em oito das dez partidas do Real Madrid na temporada – duas como titular e o restante saindo do banco de reservas. Uma nova perspectiva para o ano que antecede a Copa do Mundo.
– Não estou com um pezinho lá. Ninguém tem lugar garantido e eu tenho que mostrar muito ainda, principalmente por confiar no meu potencial. Me cobro para estar cada vez melhor na Seleção.
“Claro que tem a trajetória com o Ancelotti, mas ele deixou claro que ninguém tem lugar garantido. É preciso jogar e estar bem no clube para seguir na Seleção e chegar na Copa do Mundo”
Rodrygo não entra em campo pela Seleção desde o 4 a 1 para a Argentina, no dia 25 de março, em Buenos Aires. Na ocasião, foi substituído por Endrick ainda no intervalo. Ao todo, são 33 jogos e sete gols marcados com a camisa amarela, com estreia em novembro e 2019, também contra os argentinos, em amistoso realizado na Arábia Saudita.
Com o Rayo de volta, o Brasil encara a Coreia do Sul na próxima sexta-feira, às 8h (de Brasília), no Seoul World Cup Stadium. Já na próxima terça-feira, dia 14, o adversário será o Japão, às 7h30 (de Brasília), no Ajinomoto Stadium, em Tóquio.