A maioria das pessoas que acompanharam a entrevista coletiva de lançamento do Fight Music Show 7, na última segunda-feira (6), foi pega de surpresa com o anúncio de Acelino Popó Freitas de que estava se aposentando do boxe. O presidente do evento, Mamá Brito, não foi uma delas – apesar de que o timing escolhido pelo tetracampeão mundial não tenha lhe favorecido.
– Eu já sabia que ele queria externalizar os sentimentos dele em relação ao ocorrido. Então, eu estava esperando, só que eu não sabia que seria naquele momento, foi bem no momento que eu fui no banheiro! (Risos) Se eu soubesse, eu teria feito uma introdução à altura. Mas “tá” tudo certo, ano que vem o Popó vai chocar o mundo – disse o dirigente em entrevista por telefone ao Combate.
A última frase de Mamá denota que ele acredita que o ícone do pugilismo mundial ainda não fez sua última aparição dentro do ringue. O presidente planeja conversar com o amigo e sócio para tentar uma despedida oficial antes de pendurar de vez as luvas.
– Eu entendo o sentimento que o Popó está passando. Uma vida dedicada à “Nobre Arte”, a qual ele se sentiu desrespeitado pelo acontecido. Porém, ele é ídolo de uma geração e exemplo para todos os praticantes e para uma geração de crianças que o conheceu após ele entrar nesse mundo das redes sociais. Então a minha conversa com ele é que ele reconsidere para o ano que vem para fazermos uma luta de despedida à altura do nosso tetracampeão mundial.
Popó chegou a ser anunciado como protagonista do Fight Music Show 7, marcado para 1º de novembro, mas a lesão na mão sofrida durante confusão no Spaten Fight Night do último dia 27 de setembro, somada a uma suspensão de 180 dias dada pelo Conselho Nacional de Boxe devido a sua presença no tumulto, o forçaram a sair da luta contra Diego Alemão. Com isso, o evento será o primeiro da franquia sem o pugilista baiano na luta principal; em seu lugar, entra um duelo entre vencedores de reality shows, entre Davi Brito e Sacha Bali.
Mamá Brito indicou que o modelo do Fight Music Show não vai mudar sem Popó. A intenção é seguir apostando em famosos e misturar com lutas profissionais.
– O modelo de negócio evidencia muito a luta entre artistas e influenciadores com uma pitada de lutas profissionais para abrilhantar o evento, tanto que é uma estratégia muito boa terminar o evento com uma luta profissional para que a audiência entenda um pouco mais sobre boxe, e não somente sobre “briga”. Então o modelo de negócio está testado e nós iremos continuar da mesma maneira. Os eventos vão continuar. Já é o 24º evento que nós fazemos, da nossa holding, e o sétimo só de Fight Music Show, e a nossa tendência é fazer mais eventos e expandir os negócios para toda a América Latina. Porque influenciador que treine boxe pode ter em qualquer país, a gente pode pegar os nossos influenciadores, levar lá, fazer um evento. Nossos influenciadores contra os influenciadores da Argentina, por exemplo, e fazer um Fight Music Show Argentina. Então, só um dos exemplos do nosso planejamento para 2026. O projeto está em plena expansão – concluiu.