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SÃO PAULO (Reuters) – A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investiguem possíveis crimes contra o mercado de capitais na divulgação de declarações atribuídas ao diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a cotação do dólar.
Na terça-feira, um perfil na rede social X, que não está mais ativo, atribuiu a Galípolo — futuro presidente do BC — uma fala de que sua meta para 2025 seria fazer “a moeda estadunidense retornar aos R$5,00”. O Banco Central desmentiu a existência da suposta declaração, e não há evidências ou registros de que Galípolo tenha dito isso.
Segundo a AGU, o pedido à PF e à CVM foi feito por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), após o órgão ter sido acionado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
A PNDD afirma que os conteúdos falsos afetaram a cotação do dólar e comprometeram a eficácia de políticas públicas federais para estabilização cambial.
“As postagens trazem posicionamentos desprovidos de qualquer fundamento, prontamente desmentidas pelo Bacen, mas que ganharam repercussão significativa no mercado financeiro e em páginas e perfis especializados em análise econômica, fato que gerou impactos negativos na cotação do dólar”, disse um comunicado da AGU divulgado na noite de quarta-feira.
O Banco Central tem promovido leilões de dólares em meio a consecutivas altas da moeda norte-americana, que fechou com maior valor nominal da história na quarta-feira, em 6,2679 reais.
A autarquia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters sobre o pedido de investigação feito pela AGU.
Fonte: Reuters