Peixes já saltam as corredeiras no Rio Piracicaba

Jornal da Notícia

RIO PIRACICABA

Como medir o tempo de recuperação da natureza? Apenas com o calendário humano seria difícil. Mas ela sempre dá provas do poder de se reconstruir. Basta observar.

O mês de novembro já entrou para a história do Rio Piracicaba. Os dados da Estação Convencional do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq (Escola Superior de Agricultura da USP) mostram que na primeira semana do mês, choveu no município um volume de 148,9 milímetros.

A estação foi criada em 1917 e desde então, esse é o maior registro para o período do início da piracema, época de reprodução dos peixes. Em termos de comparação, a média mensal histórica de chuva para a primeira semana de novembro em Piracicaba era de 25,7 milímetros.

A medição é feita por equipamentos que coletam a chuva em pontos distintos da cidade. O índice pluviométrico é calculado com base na altura em que a água atinge um espaço delimitado. Por exemplo, 200 milímetros no medidor, significam que a chuva alcançou altura de 20 centímetros de lâmina d´água. Mas, como esse volume de água influencia o ciclo de vida dos peixes?

O professor doutor Domingos Garrone Neto do Campus Experimental do Litoral Paulista da Unesp explica que espécies nativas do interior paulista, como o dourado (Salminus brasiliensis), pacu (Piaractus mesopotamicus), curimbatá (Prochilodus lineatus), lambaris (algumas espécies do gênero Astyanax) e o mandi-pintado (Pimelodus maculatus) necessitam de gatilhos ambientais para migrar e se reproduzir. O aumento da turbidez da água, do nível do rio e da velocidade da correnteza entre outros fatores podem ser considerados gatilhos.

Segundo Garrone Neto, é possível que o retorno das chuvas e o aumento no nível do rio possam ter um efeito positivo, minimizando os grandes danos provocados por algumas atividades humanas.

Informações do g1

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