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Uma cobra assustou banhistas na Praia da Aparecida, em Santos, no litoral de São Paulo. Especialistas procurados pelo g1, nesta sexta-feira (19), afirmaram que o réptil pode ser da espécie papa-pinto (Philodryas patagoniensis) ou cobra d’água (Erythrolamprus miliaris). Segundo apurado pela equipe de reportagem, o animal fugiu, o que impossibilitou a captura.
Uma economista que fez o registro, e preferiu não se identificar, contou que estava caminhando pelo local quando percebeu várias pessoas olhando um ponto específico da faixa de areia. “De longe comecei a olhar e vi que era uma cobra”.
A mulher informou ter parado a atividade física e se aproximou para fazer imagens. Ela contou que o animal estava muito agitado. “Morro de medo de cobra e preferi não me arriscar em tirar fotos [mais próximas]. Minha saúde vale mais”.
Ainda de acordo com a economista, um idoso se aproximou da cobra e ela ameaçou dar um bote. “Preferi ir embora. Entendi que mais gente ali acabaria atrapalhando, e eles [outros banhistas] já teriam acionado o órgão ambiental [para a captura]”.
O biólogo Daniel Bortone explicou que a foto do animal foi feita em a distância que dificulta a identificação, mas que é possível se tratar de uma cobra d’água (Erythrolamprus miliaris) ou papa-pinto (Philodryas patagoniensis).
Bortone afirmou que a cobra d’água é mais comum na região, pois vive em lagos e rios, além de alimentar-se principalmente de peixes. “Não é peçonhenta, apesar de morder caso seja manipulada”.
Já a papa-pinto, que também é chamada de parelheira, come anfíbios, aves e lagartos. “Vive mais nas matas, tanto no chão, quanto no topo das árvores. Elas são peçonhentas, mas não representam nenhum risco para o ser humano”.
Ele disse, ainda, que o dente da papa-pinto que injeta o veneno fica no fundo da boca, ou seja, caso ela morda alguma pessoa, dificilmente esse dente entrará em contato com a pele. “E a peçonha não tem ação séria no nosso corpo”.
O também biólogo Ricardo Samelo afirmou que é comum algumas serpentes de coloração amarela na região, como a papa-pinto e a cobra d’água, mas que a imagem dificulta a identificação.
“Importante lembrar, para tranquilizar a população, que não temos serpentes peçonhentas com esse padrão de cor na nossa região”, disse o biólogo.
Segundo Samelo, a papa-pinto é uma cobra comum, mas não é vista com frequência. Trata-se de uma espécie que tem hábito alimentar diverso, inclusive alimentando-se de outras serpentes. Já a cobra d’água não é uma serpente marinha , mas está associada a locais como rios, lagos e até manguezais.
Para o biólogo Eric Comin, apesar da imagem não facilitar a análise, ele acredita se tratar de uma cobra d’água . O animal mede entre 50 cm a 1 metro e exala um cheiro forte ao ser apanhada, mas não é peçonhenta.
Em nota, a Prefeitura de Santos informou que a Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada no início da manhã da última segunda-feira (15) para a captura de uma suposta cobra na praia da Aparecida, mas que o próprio denunciante não deu informações suficientes para o atendimento. Ele teria perdido o animal de vista durante o chamado.