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Conhecido como “Falcão do funk”, MC Daniel falou ao g1 sobre a questão de ser um MC mais conhecido por ser uma celebridade do que cantor.
Cheio de autoironia, o primeiro álbum do cantor, lançado em agosto, se chama “Sem música”.
O cantor foi entrevistado no g1 Ouviu ao vivo, o podcast e videocast de música do g1, nesta quinta-feira.
A conversa fica disponível em vídeo e podcast no g1, no YouTube, no TikTok e nas plataformas de áudio.
“Meu maior hit é meu rosto”, ele comentou. “Tem gente que conhece meu rosto e não sabe as músicas que eu canto”, disse sobre ter sido apelidado um artista ‘sem músicas’. “No começo, ninguém escutava minhas músicas. Depois, falaram que eu não tinha talento. Haters são algo comum, também”. Ele usou uma metáfora para resumir o assunto: “Quanto mais luz, mais mosquitos em volta”.
“Eu trabalhava com uma galera que me diminuía, fazia eu pensar que não era capaz. Aí eu abri o Rock in Rio, no mesmo dia cantei no palco Mundo com a Ludmilla, na semana seguinte voltei para o palco com o Ne-Yo. Acho que os números dizem por si só”, contou.
Ao ser perguntando sobre a fama, ele disse que teve dificuldade sobretudo no início.
“Teve um momento em que eu não consegui entender a fama e o dinheiro. É difícil entender qual é o melhor caminho. Eu desenvolvi crise de ansiedade. O que me chateava muito era ver nas páginas de fofoca algo que não fiz.”
O funkeiro estourou em 2022 com músicas como “Revoada” e “Balmain”.
Usando a fantasia do Máscara, personagem de Jim Carrey, em suas apresentações, ele é um dos destaques atuais do funk nacional.
O cantor explicou sua intensa rotina de shows no início da carreira.
Segundo ele, a agenda tinha até 30 shows por semana porque ele “tinha muito medo de voltar a ser pobre”.
“Consegui dar um apartamento para a minha mãe, comprei um carro pra mim, pra ela, pros meus avós”, ele enumera.
Mas Daniel também falou de outras ostentações como um chuveiro potente e um carrinho de compras de mercado recheado.
“Quando eu tomo banho e vejo que a água sai forte, sai quente, é uma loucura”.
Neste ano, MC Daniel marcou presença em festivais.
No primeiro semestre, o cantor fez sua estreia no Lollapalooza 2024.
Em setembro, ele levou seu hit “Vamo de pagodin” para o palco do Rock in Rio durante uma participação no show de Ne-Yo.
“Fui curtir o show do Ne-Yo e ele me chamou para o camarim. Ele falou: ‘Vamos para o RJ, jogar golfe e tal’. Falei ‘Bora, vou muito!'”, disse, brincando. “Aí, passei três, quatro dias com ele. Jogamos golfe, fizemos música.” A parceria com o cantor americano deve ser lançada em 2025.
Daniel relembrou os tempos em que era auxiliar de limpeza e imitava o ídolo, dublando e fazendo poses estava voltava para casa de ônibus.
No videocast, ele falou ainda sobre “Não Para”, parceria com Ludmilla.
“Sou muito fã dela. Foi uma honra fazer essa música. A Ludmilla tem um posicionamento muito forte na cultura pop e na cultura das favelas. Me trouxe retorno pessoal e profissional”.
Daniel comentou também as críticas às letras explícitas do funk.
“O sertanejo também fala sobre paixão, sobre namoro, sobre traição, sobre sexo. O samba faz isso, o MPB faz isso, o pop faz isso. O funk tem várias vertentes, basta você escutar aquilo que te agrada um pouco mais. O funk é muito mais que apenas um assunto”.