NOTÍCIA FM Ligou, virou Notícia!
Cinebiografias sempre dão o que falar.
Tornar um herói ou vilão da vida real em protagonista de uma obra ficcionalizada é uma daquelas tarefas complexas e que exigem bastante de quem se arrisca a produzi-la; mais ainda do intérprete que irá encarnar a tal persona polêmica.
E no último ano, foi Sebastian Stan quem esteve sob o julgo do público e da história ao se preparar para encarnar Donald Trump, o magnata que se tornou uma das figuras políticas mais polêmicas da atualidade, em ‘O Aprendiz’ (‘The Apprentice’).
Para quem estava acostumado a interpretar um super-herói durante pelo menos sete anos no universo cinematográfico mais famoso do mundo, o MCU (Marvel Cinematic Universe, traduzido para o português simplesmente como Universo Cinematográfico da Marvel), mudar a rotina de treinamentos e dietas deve ter sido um baque daqueles – e foi mesmo.
Pelo tempo em que Stan foi desafiado a encarnar Trump, sua vida de artista foi virada completamente de cabeça para baixo.
E muito se deve ao hábito nada saudável que o ator adotou para engordar uns quilinhos a mais e ficar cada vez mais parecido com o ex-Presidente dos Estados Unidos e que concorre de novo para voltar à Casa Branca.
“Na verdade, eu comecei a tomar muita Coca-Cola. Vou te dizer: se você beber quatro [latas] de Coca-Cola por dia, muita coisa vai começar a acontecer com o seu corpo. Não façam isso”, contou ao site Entertainment Tonight em uma entrevista nesta semana.
No total, o ator inflou 6,8 kg.
O truque perigoso até que faz sentido — e poderia até ser considerado como um elemento do “Método” — quando um ator imerge completamente na personagem a quem vai interpretar, adotando seus maneirismos e hábitos até fora das telas –, ainda que Sebastian Stan não seja um adepto dessa técnica.
Donald Trump é um daqueles inverterados apaixonados por refrigerantes.
Em uma entrevista de 2017, seu primeiro ano como 45º Presidente dos EUA, o magnata revelou tomar 12 latinhas por dia.
Uma quantidade impressionante para qualquer pessoa, sem dúvida.
Em ‘O Aprendiz’, acompanhamos o crescimento de Donald Trump enquanto um dos empresários mais bem sucedidos (e com apetite midiático) do país.
Esqueça o presente político e as polêmicas envolvendo o nome do homem enquanto uma figura do Partido Republicano– no filme, cujo título faz referência ao programa de TV apresentado por Donald durante seus anos enquanto magnata (que no Brasil foi apresentado por Roberto Justus, se você se lembra do formato), vemos um Trump jovem, ainda nas décadas de 1970 e 1980.
Muito além da construção de seus negócios no ramo de hotelaria, acompanhamos a vida pessoal do magnata; desde sua relação com o pai, os irmãos até com a primeira esposa, Ivana, com quem esteve casado de 1977 até 1990.
Apesar da obrafocar muito mais na vida pessoal, anterior aos escândalos protagonizados por Trump nos últimos anos, os apoiadores do candidato não parecem estar muito adeptos à ideia de uma cinebiografia sobre o personagem de 78 anos.
O elenco, é claro, faz questão de pontuar a importância do filme.
“Eu acho que é importante que tentemos entender essa pessoa além de apenas, você sabe, a gravata vermelha, a ostentação, os maneirismos e afins; e tentar acessar por debaixo dessas coisas”, declarou Sebastian Stan.
O filme, que é dirigido por Ali Abbasi (de ‘Holy Spider’ e ‘Border’) e estrelado por Sebastian Stan (‘Capitão América’), Jeremy Strong (‘Succession’) e Maria Bakalova (‘Morte Morte Morte’), estreou no Festival de Cannes, ainda em maio. Apesar dos meses passados desde o evento, o título sofre alguns problemas para estrear no circuito comercial por “controvérsias envolvendo seu conteúdo”.
Em uma campanha de arrecadação de fundos para a estreia do filme nos cinemas dos Estados Unidos, a produtora executiva Amy Baer chegou a declarar: “‘O Aprendiz’ é, primeira e fundamentalmente, humanista, o que o torna radicalmente diferente do barulho político”.
O outro produtor, Dan Bekerman, ainda disse, durante sua declaração para a tal campanha de arrecadação.
“Apesar da integridade do filme e dele ainda não ter sido assistido, a campanha [eleitoral] de Trump força para que ele seja reprimido. A ideia de que artistas não podem mais criticar os poderosos deveria preocupar a todos nós. Precisamos da sua ajuda para definitivamente rejeitar esse precedente perigoso”.
Em uma entrevista para a CNN, um dos representantes da campanha eleitoral do candidato, Steven Cheung, fez declarações diretas e nada agradáveis sobre ‘O Aprendiz’
“Esse lixo é pura ficção que sensacionaliza mentiras que há anos foram desmentidas”.
O veículo também declarou em maio, época da estreia em Cannes, que a equipe jurídica de Trump estaria cogitando um processo contra a distribuição e lançamento do filme.