João Fonseca segue chamando a atenção nas quadras pelo mundo com a mistura de grande talento e precocidade. Nesta quarta-feira, o brasileiro de 18 anos venceu o americano Jenson Brooksby por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 5/7, 6/2 e 6/4, em 3h13min, e avançou à terceira rodada de Wimbledon, virando o mais jovem tenista a atingir tal fase da chave masculina do Grand Slam inglês desde 2011. Na ocasião, o alemão Bernard Tomic, então com 18 anos e oito meses, dois a menos do que João, acabou parando só nas quartas de final da tradicional competição disputada na grama.
Com o triunfo em Londres sobre o número 101 do ranking, o carioca também é o primeiro homem do Brasil a disputar a terceira fase em Wimbledon desde Thomaz Bellucci, em 2010. De quebra, João igualou a melhor campanha dele em um Major, obtida, em Roland Garros, há pouco mais de um mês.
Considerado uma das maiores promessas do tênis mundial, Fonseca, que começou o torneio como número 54 do mundo, vai enfrentar na terceira rodada, possivelmente nesta sexta-feira, o chileno Nicolas Jarry. Atualmente, ele é o número 143, mas já foi o 16º, em maio do ano passado. Nesta quarta, o atleta de 29 anos superou o americano Learner Tien (62º) por 3 sets a 0 (6/2, 6/2 e 6/3).
Brooksby, de 24 anos, não era um adversário fácil. Em retomada na carreira, o ex-número 33 do mundo vive boa fase, sobretudo na grama. Ele foi vice-campeão do ATP 250 de Eastbourne, também na Inglaterra, na semana passada, e ganhou três jogos no qualificatório para entrar na chave principal de Wimbledon.
O primeiro dia de deliberação do júri do caso de Sean “Diddy” Combs terminou sem veredito e com mais perguntas. Após semanas de julgamento, os jurados agora discutem o destino do rapper que é acusado de tráfico sexual e transporte para prostituição, além de conspiração para extorsão.
O primeiro dia foi marcado por várias discussões do júri, incluindo um questionamento legal ao juiz e uma nota deles questionando a capacidade de um dos jurados.
Segundo a Associated Press, cerca de uma hora depois da deliberação começar, o juiz recebeu uma nota dos jurados dizendo que um deles estava tendo dificuldade para seguir as 61 páginas de instruções que o juiz tinha acabado de ler para eles.
“Estamos preocupados que (o jurado) não consiga seguir as instruções de Vossa Excelência”, disse o comunicado. Em resposta, o juiz frisou que eles precisavam deliberar e seguir suas instruções sobre a lei.
Cerca de três horas após a primeira nota, o júri voltou a questionar o juiz. Desta vez pedindo esclarecimentos sobre a parte das instruções dele onde fala sobre distribuição de drogas. O questionamento seria se uma pessoa pedisse “substâncias controladas” e outra pessoa as entregar, se a pessoa poderia ser considerada um distribuidor.
Segundo a imprensa internacional, enquanto o júri deliberava, Diddy e familiares rezaram no tribunal. O rapper estava vestido com suéter e calça cáqui, e ficou de frente ao grupo que estava lá para apoiá-lo e curvou a cabeça junto a eles. Ao terminarem de rezar, Diddy e o grupo bateram palmas.
O rapper também mostrou que está lendo dois livros em meio ao julgamento: O Poder do Pensamento Positivo, de Norman Vincent Peale, e A Vantagem da Felicidade, de Shawn Achor.
O ator João Vicente de Castro causou uma certa polêmica na web após dizer que perdoaria uma traição. Em discussão sobre ser traído e o peso do termo “corno”, o ator ainda brincou ao dizer que seria um ” corno mansíssimo”.
João Vicente ainda ponderou sobre como não faz sentido o término nesses casos. “Vou eu acabar com a minha alegria por causa de, digamos, uma manobra mal calculada?”, disse ele durante o programa Papo de Segunda.
Esta não foi a primeira vez que o ator falou abertamente sobre o tema. Em 2021, ele também questionou sobre acabar com uma relação apenas por uma traição.
“Um simples deslize não vai acabar com a minha alegria. Eu não posso deixar que um deslize dela bobo, porque bebeu demais ou sentiu atração por um sujeito que foi mais galante que eu, termine com a minha alegria. Então sim, eu perdoaria um chifre”, disse ele na época.
A influenciadora Virginia Fonseca anunciou nesta segunda-feira (30/6) que decidiu romper, de maneira definitiva, seu contrato com a plataforma de apostas online Esportes da Sorte. Ouvida pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets no Senado Federal, a famosa viu seu nome envolto em polêmicas nas últimas semanas. Nas redes, ela publicou uma indireta após o rompimento.
A rescisão inclui o pagamento de uma multa rescisória avaliada em aproximadamente R$ 30 milhões. A informação é do portal Terra. Vale lembrar que no mês passado, após seu depoimento na CPI das Bets, a apresentadora do Sabadou, do SBT, afirmou que iria “pensar” sobre parar de fazer propagandas de jogos de azar nas redes.
A influencer disse que levou tudo como “aprendizado”. “Olha senadora, eu não me arrependo de absolutamente nada que eu já fiz na minha vida e acredito que tudo serviu de ensinamento. Eu fiz, e hoje eu estou aqui depondo pra colaborar, então, espero que ajude”, disse a famosa.
Ainda no Senado Federal, Virginia Fonseca se irritou, reforçou que não ficou milionária com publicidade de bets e que “não faz nada” fora da lei. “Eu já tinha 30 milhões de seguidores quando eu divulguei [as bets]. Eu tenho a Wepink, e a W faturou 750 milhões ano passado, se eu não me engano. Então, eu não fiquei milionária com bet”, declarou a empresária.
Mesmo brigando por posições com Gabriel Bortoleto nas pistas, Fernando Alonso se rendeu ao desempenho do pupilo no GP da Áustria deste domingo – no qual o brasileiro conquistou seus primeiros pontos da carreira ao chegar em oitavo. O bicampeão deu detalhes da disputa na qual teve que se defender do calouro da Sauber e celebrou o resultado do jovem paulista na prova.
– Foi muito especial, acho que ele tem se destacado muito este ano. Este fim de semana, especialmente, foi incrível; por um motivo ou outro, era sempre (Nico) Hulkenberg (também piloto da Sauber) que pontuava. Então isso, às vezes, talvez não parecesse justo na cabeça de Gabriel. Por isso é bom que ele tenha alcançado esse objetivo e, com sorte, (que sejam) os primeiros de muitos pontos na Fórmula 1 – disse o espanhol da Aston Martin.
A dupla se encontrou, na pista, já nas voltas finais da corrida. Bortoleto encostou em Alonso a três voltas da bandeirada; sua diferença para o bicampeão era de menos de meio segundo e, para contribuir, ele calçava pneus duros com quase 20 voltas a menos que os do veterano.
Alonso, então, fechou a porta para o brasileiro – de quem, por sinal, gerencia a carreira há três anos. Defendeu-se por duas voltas e, já no último giro, a dupla teve que abrir passagem para os líderes Lando Norris e Oscar Piastri. A dupla da McLaren, com uma larga vantagem sobre os rivais, já havia dado uma volta sobre os pilotos entre o 16º e o 7º lugares.
– Eu não queria passar Lando, mas não podia ficar atrás dele porque Gabi me passaria. Então tive que, sabe, tentar movimentos diferentes para confundi-lo um pouco, e funcionou bem – explicou Alonso.
O espanhol, por sinal, foi o primeiro a parabenizar Bortoleto pela corrida após o fim da prova. O piloto da Aston Martin se direcionou ao calouro da Sauber quando ele ainda estava saindo do carro e o abraçou.
– Quando eu estava chegando perto dele, pensei: “Ele não vai dificultar tanto assim”, pensei que ia alcançar o Lawson ou algo assim. Quando eu cheguei, parecia que ele lutava pelo título! Tivemos uma grande batalha, ele só mostrou o seu nível, talento, experiência. Foi incrível, ele me deu um abraço no fim da corrida e disse que estava muito feliz por mim – detalhou Bortoleto.
Gabriel andou no top 10 durante todo o fim de semana, chegando a fazer o sexto melhor tempo no primeiro treino livre no Circuito de Spielberg. Na classificação, imprimiu ritmo bom o suficiente para avançar ao Q3 e garantir um oitavo lugar no grid inicial.
O jovem de 20 anos fez duas ultrapassagens pontuais na corrida, superando Pierre Gasly e Isack Hadjar. Mas, pôde contar com o ritmo e o acerto no momento de seus dois pit stops para assegurar a posição, protegendo-se ainda de um incidente na largada que tirou o sétimo colocado Max Verstappen e o nono, Andrea Kimi Antonelli, da largada – Gabriel passou a poucos metros de distância da dupla.
O oitavo lugar do piloto da Sauber fez dele o brasileiro mais jovem a pontuar na F1, aos 20 anos, oito meses e 15 dias. Com os quatro pontos conquistados, ele ocupa o 19º lugar no campeonato de pilotos.
A F1 retorna já no próximo fim de semana em 6 de julho, com o GP da Inglaterra, válido como a 12ª etapa da temporada.
O Santos anunciou nesta terça-feira a contratação do lateral direito Igor Vinicius. O jogador chega ao Peixe após rescindir o vínculo com o São Paulo.
O Tricolor manteve um percentual dos direitos econômicos do atleta para facilitar a saída dele. O vínculo com o Santos é válido até 30 de junho de 2028.
Igor Vinicius perdeu espaço nesta temporada com o então treinador Luis Zubeldía, que deixou o São Paulo em junho. O jogador foi superado pelo português Cédric Soares. Em 2025 foram 14 jogos, com uma assistência.
Além disso, o lateral-direito enfrenta um problema na região lombar, sofrido na partida contra o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro, no fim de abril. Enquanto esteve fora, Igor Vinicius viu o zagueiro Ferraresi também ganhar espaço sendo improvisado pela direita.
No Peixe, o atleta chega para ocupar a vaga deixada por Leo Godoy, que estava emprestado pelo Athletico-PR e foi negociado com o Independiente, da Argentina. Ele disputará posição com o veterano Aderlan e com o jovem JP Chermont.
Nesta temporada, o Santos também precisou improvisar zagueiros na função. Testes foram feitos, primeiro, com Luisão, no jogo contra o Grêmio, pelo Brasileirão. Na partida contra o Fortaleza, Zé Ivaldo entrou no segundo tempo para ocupar o setor.
Apesar de ter construído a carreira no São Paulo, com o qual disputou 214 partidas, com sete gols e outras 23 assistências, Igor Vinicius é um Menino da Vila. O jogador foi formado nas categorias de base do Santos, onde permaneceu até 2016.
Ele, inclusive, disputou duas partidas pelo time profissional do Peixe naquele ano. Promovido pelo técnico Dorival Júnior, ele esteve em campo nos dois duelos contra o Santos-AP, pela Copa do Brasil.
Após deixar o Peixe, Igor Vinicius seguiu para o Ituano e ainda passou pela Ponte Preta, antes de chegar ao São Paulo, em 2019.
Gerson está de saída do Flamengo. O Zenit pagou à vista a multa rescisória de 25 milhões de euros (cerca de R$ 160 milhões). O valor foi depositado na conta do clube carioca na manhã desta terça-feira, horas depois de o volante desembarcar no Rio de Janeiro, após a eliminação na Copa do Mundo de Clubes.
Gerson e Zenit estavam acordados há cerca de um mês, quando sinalizaram ao Flamengo que os russos pagariam a multa rescisória do jogador. Nos últimos dias, no entanto, o Zenit viu o Al-Nassr, da Arábia Saudita, entrar na concorrência. Por isso, o clube russo agilizou o depósito para não perder o negócio. A transferência bancária foi feita do Zenit para a conta do Flamengo.
Com a redução do valor da multa na renovação no início deste ano, a saída de Gerson ficou condicionada ao pagamento dos 25 milhões de euros. Sem precisar se sentar à mesa, o Flamengo avisou que só aceitaria o valor à vista.
Pessoas ligadas a Gerson relatam que ele estava balançado a quebrar o acordo com Zenit e assinar com o Al-Nassr por causa da relação com Jorge Jesus. O português ligou para o volante diversas vezes nos últimos dias e, inclusive, falou com ele após a eliminação para o Bayern na Copa de Clubes. Além disso, a proposta financeira dos sauditas é quase o dobro do valor oferecido pelos russos.
Existe um cabo de guerra entre empresários e Marcão, pai de Gerson. Isso porque, a proposta do Zenit chegou ao pai através do intermediário Júnior Mendonça. Enquanto isso, o Al-Nassr manifestou interesse ao representante oficial, Carlos Leite.
O Fantástico deste domingo (29) entrevistou com exclusividade os pais da jovem, que morreu após após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Manoel Maris, pai de Juliana, critica a conduta do guia de turismo que acompanhava o grupo.
“Juliana falou para o guia que estava cansada e o guia falou: ‘senta aqui, fica sentada’. E o guia nos disse que ele se afastou por 5 a 10 minutos para fumar. Para fumar! Quando voltou, não avistou mais Juliana. Isso foi por volta de 4h. Ele só a avistou novamente às 6h08, quando gravou o vídeo e o enviou ao chefe dele”, relata Manoel Marins, pai de Juliana.
A resposta das autoridades locais também é questionada pela família. O parque acionou uma brigada de primeiros socorros apenas às 8h30, e a equipe só chegou ao local do acidente às 14h.
“O único equipamento que tinham era uma corda. Jogaram na direção da Juliana. Depois, no desespero, o guia amarrou a corda na cintura e tentou descer sem ancoragem”, relatou o pai.
A Defesa Civil da Indonésia (Basarnas) só foi acionada mais tarde e, segundo a família, chegou ao local por volta das 19h. Juliana foi encontrada morta dois dias após o acidente. O laudo divulgado na sexta-feira apontou hemorragia interna causada por uma lesão no tórax. A morte teria ocorrido entre 12 e 24 horas antes da remoção do corpo, feita na manhã de quarta-feira.
A família da jovem agora busca Justiça.
“É uma indignação muito grande. Esses caras mataram minha filha”, desabafa Estela Marins, mãe de Juliana.
“Os culpados, no meu entendimento, são o Guia, que deixou Juliana sozinha para fumar, 40 ou 50 minutos, tirou os olhos dela. A empresa que vende os passeios, porque esses passeios são vendidos em banquinha como sendo trilhas fáceis de fazer. Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do Parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil”, diz o pai.
A prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, custeou o traslado do corpo e prestou homenagem nomeando um mirante em sua memória. A data do traslado ainda não foi definida.
O Irã atualizou nesta segunda-feira (30) para 935 o número oficial de iranianos mortos durante o conflito direto que travou com Israel durante 12 dias neste mês, afirmou o porta-voz do Poder Judiciário iraniano, Asghar Jahangir, com base em dados forenses mais recentes, segundo a agência estatal Irna.
Entre os 935 mortos, estão 38 crianças e 132 mulheres, segundo Jahangir. O porta-voz não disse se os mortos incluem militares, nem atualizou o número de feridos, que era de 5.332.
O novo balanço representa um salto em relação ao balanço oficial anterior do governo iraniano, que falava em 610 mortes, segundo o Ministério da Saúde iraniano.
Do lado de Israel, 28 pessoas morreram e outras 3.238 ficaram feridas e precisaram ser hospitalizadas, segundo autoridades de Saúde israelenses.
Organizações independentes falam em um número maior de mortos no Irã. A ONG Human Rights Activists fala em 1.054 mortes e 4.476 feridos em balanço divulgado semana passada. O Irã atualizou poucas vezes de forma oficial a quantidade de mortos ao longo do conflito com Israel, que está em um período de cessar-fogo desde semana passada.
Jahangir também atualizou para 79 o número de mortos do ataque israelense à prisão de Evin, famosa por manter presos políticos do regime iraniano na capital Teerã, um acréscimo de oito em relação ao balanço inicialmente divulgado pelo governo do Irã no final de semana.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insiste que ataques do Exército americano “obliteraram” instalações nucleares do Irã e atrasaram o programa nuclear iraniano “em muitos anos”.
“Os ataques atrasaram as atividades nucleares do Irã em muitos, muitos anos”, declarou o presidente dos EUA durante declaração na cúpula da Otan em Haia, na Holanda.
A fala é conflitante com um relatório preliminar da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, filiada ao Pentágono, indicou que os ataques que caças norte-americanos fizeram a instalações nucleares do Irã no fim de semana causaram danos menores que os inicialmente anunciados por Trump.
Autoridades iranianas afirmaram que as instalações nucleares ficaram “gravemente danificadas”, porém sem dar mais detalhes.
Israel e Irã estão em trégua desde a madrugada de terça-feira (24), e, apesar de ameaças de ambos os lados, não houve ataques registrados entre os países desde então.
Trump afirmou na semana passada que “sem dúvida nenhuma” voltaria a bombardear o Irã caso haja indícios de que o país do Oriente Médio continue enriquecendo urânio.
A revista britânica “The Economist” afirmou neste domingo (29) que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não só tem perdido popularidade no Brasil, como também vem perdendo influência no exterior.
De acordo com a reportagem, Lula tem adotado uma postura “cada vez mais hostil ao Ocidente”, ao se distanciar das posições defendidas pelos Estados Unidos e por grande parte dos países ocidentais, ao mesmo tempo em que se aproxima de nações como China e Irã.
Um dos exemplos mencionados pela revista foi o ataque dos EUA a complexos nucleares iranianos durante o conflito no Oriente Médio, com o objetivo de impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.
Na ocasião, Donald Trump classificou os ataques como uma “ação defensiva” para proteger os EUA e seus aliados. Antes disso, os EUA e alguns países europeus já haviam defendido a redução das tensões na região, ainda que com certo apoio a Israel, afirmando que o país “tinha o direito de se defender e garantir sua segurança”.
O Brasil, por outro lado, seguiu na direção oposta. Pouco depois do ataque dos EUA, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota condenando “com veemência” a ação norte-americana, alegando que esse tipo de ofensiva colocava em risco a vida e a saúde de civis.
“O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”, afirmou a nota.
Segundo a revista, esse posicionamento do Itamaraty colocou o Brasil em “desacordo com todas as outras democracias ocidentais, que ou apoiaram os ataques, ou apenas expressaram preocupação”.
A reportagem aponta que esse cenário tende a se agravar, já que a aproximação entre Brasil e Irã deve se tornar ainda mais evidente durante a Cúpula dos Brics (grupo que reúne 11 países emergentes), marcada para a próxima semana no Rio de Janeiro.
Isso porque, além de o Brasil ocupar atualmente a presidência do grupo, o Irã passou a integrar os Brics em 2024, o que tende a fortalecer os laços entre os dois países.
“Quanto mais a China transforma o Brics em um instrumento de sua política externa, e quanto mais a Rússia usa o Brics para legitimar sua guerra na Ucrânia, mais difícil será para o Brasil continuar dizendo que não é alinhado”, afirmou Matias Spektor, da FGV, à revista.
A revista também destaca a tentativa dos diplomatas brasileiros de direcionar os temas da Cúpula para assuntos menos controversos, a fim de evitar novos desgastes para o país.
Segundo a reportagem, a intenção é evitar debates que Trump já demonstrou rejeitar, como o uso de uma moeda alternativa ao dólar nas negociações entre os países do grupo.
“O papel do Brasil no centro de um BRICS expandido e dominado por um regime mais autoritário faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula”, afirma a revista, reiterando que o presidente brasileiro não fez nenhum esforço aparente para estreitar a relação com os EUA desde que Trump assumiu o cargo.
“Não há registro de que os dois tenham se encontrado pessoalmente, tornando o Brasil a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente norte-americano. Em vez disso, Lula corteja a China”, afirmou a reportagem, indicando que Lula também se dedicou a expandir os laços comerciais do Brasil com outros países desde que Trump anunciou as chamadas tarifas recíprocas.
A revista também observou que Lula tentou — sem sucesso — mediar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, criticou a ausência de posicionamento em relação à crise no Haiti e apontou a falta de pragmatismo político do presidente brasileiro, inclusive nas relações com a Argentina.
Lula tem divergências ideológicas com o presidente argentino, Javier Milei, e o diálogo entre os dois é escasso.
“A fraqueza no cenário mundial é agravada pela queda na popularidade de Lula em casa”, disse a reportagem, destacando que a política brasileira tem se inclinado para a direita e que muitos cidadãos ainda associam o PT à corrupção.
Com isso, segundo a revista, os índices de aprovação pessoal de Lula atingiram o nível mais baixo de seus três mandatos, com tendência de piora, especialmente após a derrota do governo ao tentar aprovar um decreto que aumentaria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A “The Economist” também menciona a afinidade entre o movimento “Make America Great Again”, liderado por Trump, e a ideologia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Bolsonaro provavelmente será preso em breve por supostamente planejar um golpe para permanecer no poder após perder uma eleição em 2022. Ele ainda não escolheu um sucessor para liderar a direita. Mas se o fizer e a direita se unir a essa pessoa antes das eleições de 2026, a presidência será deles”, afirmou a revista.
Por fim, a reportagem observa que, apesar dos recentes posicionamentos de Lula, Trump mal mencionou o presidente brasileiro ou o país desde que assumiu o cargo — o que pode estar relacionado ao déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos (ou seja, o Brasil importa mais do que exporta para os americanos).
“Mas seu silêncio também pode ser porque o Brasil, relativamente distante e geopoliticamente inerte, simplesmente não importa tanto quando se trata de questões de guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio. Lula deveria parar de fingir que importa e se concentrar em questões mais próximas”, conclui a revista.