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O quadro de hidronefrose que acometeu o meio-campo Gerson, do Flamengo, e pode levá-lo a uma cirurgia, se deu pela dificuldade de esvaziamento de um dos rins, que gerou dores abdominais.
Já em casa após dois dias internado, o jogador será submetido a novas avaliações médicas para entender a necessidade de uma intervenção cirúrgica para lhe dar condição de jogar em breve.
O caso não é considerado simples pelo departamento médico do Flamengo, que trata a infecção com medicamentos. Um especialista em problemas renais também acompanha Gerson.
Já se sabe a causa do problema renal, mas os médicos ainda buscam mais informações antes de encaminhar um diagnóstico definitivo.
Hidronefrose é a dilatação do rim, provocada pela obstrução ou pelo bloqueio da passagem da urina em algum ponto de via urinária.
O inchaço acontece quando a urina não consegue passar para a bexiga e se acumula no rim, prejudicando o funcionamento do órgão.
Condição secundária, decorrente de uma complicação inicial, como cálculo renal, a hidronefrose pode afetar um dos rins ou os dois.
Os sintomas – e a intensidade deles – variam de acordo com a causa, o comprometimento dos órgãos e se um ou ambos rins são afetados.
Confira os principais sintomas:
Quando perceber os sintomas, é necessário procurar atendimento médico, com ginecologista, urologista ou nefrologista, mas realização de exames (ultrassonografia ou tomografia, exame de urina e exame de sangue) que possam confirmar ou descartar a hidronefrose.
O inchaço pode ser uma condição crônica, a depender das causas, ou aguda, passageira.
Hidronefrose é uma condição secundária, ou seja, decorrente de um problema inicial. São várias as causas possíveis.
— Existe uma série de motivos, mas qualquer coisa que interrompa esse fluxo normal de urina pode fazer esse enchimento que a gente chama de hidronefrose — pontua o médico.
Cálculo renal é uma das principais causas de hidronefrose, assim como infecções do trato urinário.
Outras causas possíveis são:
O tratamento de hidronefrose depende da causa. Ou seja, é necessário identificar e tratar a causa.
— Em relação ao tratamento, depende da causa. Se for uma pedra, tira-se a pedra. Se for um tumor, opera-se o tumor ou faz o tratamento adequado para o tumor. Se for uma má formação congênita, se faz uma cirurgia de correção e assim por diante — explica Miguel.
Entretanto, ainda assim, para reduzir o inchaço, pode ser preciso drenar a urina acumulada por meio de um cateter.
— Quando o caso é bilateral, ou no caso do paciente que só tem um rim, isso tem uma consequência funcional. Nesses casos, a urina formada, filtrada limpando o sangue, não tem por onde sair. Dependendo do grau de cronicidade nesse caso, mesmo que você desentupa o sistema, o funcionamento do rim pode não voltar a ser 100% — comenta o médico.
— Nesses casos, você alivia a hidronefrose com várias técnicas feitas pelo médico urologista e vê como que o paciente fica. Nesses casos, a função do rim pode ser recuperada em até 100%, se for em um entupimento rápido, ou pode não recuperar nada. Dependendo do grau de funcionamento do rim, eventualmente esse doente pode até precisar fazer hemodiálise. Isso acontece, por exemplo, com crianças com defeito de nascença que não foram diagnosticadas em um tempo hábil.
— Se você tratar a hidronefrose fazendo a desobstrução, pode ter graus variáveis de recuperação do rim. Desde a recuperação plena até nenhuma. Se for zero a recuperação, tem que ver quanto que ficou de reserva funcional naquele rim totalmente entupido. Se for de um lado só, é menos problema, porque independente da quantidade de função que ficar, vai ser só benefício porque já tem o outro lado funcionando plenamente.
O médico ainda explica quais as consequências de uma hidronefrose não tratada ou com tratamento incorreto:
— Se a hidronefrose for completa e não for tratada, a consequência é perder o funcionamento do rim daquele lado que está obstruído ou, se a obstrução for da bexiga para baixo, perder a função dos dois rins.