Guardiola é sondado por três seleções, diz jornal; salário pode ser entrave?

Placar 88

guardiola_-_gettyimages-2175498214.jpg_1166766119
Treinador catalão não descarta sentar-se à mesa com federações, mas também avalia assinar por mais um ano com o Manchester City ou tirar ano sabático

Perto de concluir seu contrato com o Manchester City, Pep Guardiola foi sondado por três seleções nacionais nos últimos meses a respeito de seus planos futuros.

A informação é do jornal The Telegraph, que também aponta a possibilidade de o treinador catalão estender o vínculo com o clube britânico por mais um ano e, assim, fechar uma década na lateral de campo do Etihad Stadium.

Guardiola recebeu um primeiro contato da Football Association (FA) e não descarta sentar-se à mesa para discutir um possível contrato com a seleção da Inglaterra.

Ele nunca escondeu que pretende um dia treinar um time nacional e, para isso, estaria disposto a abrir mão de boa parte do salário — estima-se que Gareth Southgate, ex-técnico da Inglaterra, ganhasse no posto cerca de um quarto dos 20 milhões de libras (R$ 145,5 milhões) que seriam ganhos por Guardiola —, mas a FA teria de investir.

A seleção de Harry Kane e companhia seria um “opção forte” caso o catalão decida deixar o futebol de clubes, já que está ambientado no país e já conhece nomes do elenco, muitos deles jogadores do City.

As outras duas seleções que sondaram o técnico multicampeão não foram nomeadas, mas fontes apontaram que a “verificação de intenções” de técnicos é natural perto do fim de contrato.

Outra possibilidade cogitada por Guardiola é tirar um ano sabático depois de romper o City, como fez quando saiu do Barcelona, em 2012, e se mudou para Nova York, diz o The Telegraph.

Só depois assumiria uma seleção, a tempo de iniciar um ciclo completo de Copa do Mundo.

Três meses se passaram desde que Gareth Southgate anunciou que deixaria o cargo de treinador da seleção da Inglaterra, mas ainda está longe de ser revelado quem será seu sucessor.

Após vitórias sobre Irlanda e Finlândia, ficou no ar a possibilidade de o técnico interino Lee Carsley, que não tem experiência em treinar jogadores experientes de alto nível, deveria e seria promovido para treinador da seleção principal — ele é técnico do sub-21 da Inglaterra.

Segundo o Telegraph, Carsley sequer deseja ser apontado permanentemente como treinador.

Agora, após uma derrota em casa por 2 a 1 contra a Grécia, 48ª colocada no ranking da Fifa, na última quinta-feira, a expectativa é que Carsley tenha desperdiçado suas chances.

Carsley, inclusive disse no sábado que não havia se candidatado formalmente para ser o sucessor de Southgate.

Uma trajetória parecida ocorreu com Southgate, que veio da categoria sub-21 em 2016, depois da era de Sam Allardyce, com apenas um jogo; em termos de resultados em torneios, ele foi o melhor técnico da Inglaterra por quase 60 anos e levou o time, com a ajuda de um grupo jovem e cada vez mais talentoso de jogadores, a patamares que não pareciam possíveis uma década atrás.

Ao procurar um sucessor para assumir o que Southgate começou e elevar ao nível necessário para derrotar Espanha, França e Itália, a Inglaterra precisa de alguém que tenha um alto nível de inteligência futebolística; de preferência alguém com um histórico de ganhar troféus e que tenha o respeito instantâneo dos jogadores.

Se essa pessoa conhece profundamente o futebol inglês, estará sem contrato no próximo verão e é um dos maiores treinadores de todos os tempos, melhor ainda.

Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é.

Pep Guardiola realmente aceitaria o cargo na Inglaterra?

Mesmo, digamos, só após um ano, pós-Manchester City e apenas a um da Copa do Mundo de 2026?

“Tenho que decidir o que quero fazer da minha vida”, disse Guardiola em agosto quando perguntado sobre a Inglaterra, então sem técnico.

“Quero continuar aqui? Dar um tempo? Seleções nacionais ou não? Muitas coisas.”

Com a saída do diretor de futebol do City, Txiki Begiristain, no próximo verão, revelada pelo The Athletic, e com Guardiola tendo conquistado tudo durante seus oito anos no comando do Etihad, parece que o fim de uma era está se aproximando.

A Inglaterra chegou pelo menos às oitavas de final dos últimos quatro mundiais e a duas finais em três, então, eles também não precisam de uma revolução.

Guardiola pode achar que, após um ano de trabalho com esses jogadores, está dentro de suas capacidades vencer a Copa do Mundo, uma das maiores conquistas da carreira de qualquer treinador.

A FA (entidade máxima do futebol inglês) pagaria? Há relatos de que Guardiola ganha 20 milhões de libras (R$ 145,5 milhões) por ano, enquanto Southgate ganhava cerca de um quarto disso.

Um eventual encontro entre as partes pode exigir que a FA dobre sua oferta e que Guardiola reduza a dele pela metade.

Parece improvável.

E então há a questão se a FA iria querer outro técnico não inglês. Guardiola se compara favoravelmente aos dois técnicos estrangeiros que a Inglaterra nomeou no passado, com Sven-Goran Eriksson e Fabio Capello não tendo nem perto de um registro tão bom.

Mais importante, eles tiveram que se aclimatar à cultura do futebol inglês, especialmente à mídia.

Não é um problema para Guardiola.

Vale ressaltar que o caminho de um técnico estrangeiro liderando um país à glória em torneios não é muito fácil.

Todo técnico vencedor da Copa do Mundo veio da nação que levantou o troféu.

Dos 17 Campeonatos Europeus, apenas Otto Rehhagel (da Alemanha) venceu com outro país, a Grécia, em 2004.

Compartilhe:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
0%