Como filme Divertidamente ajudou Palmeiras a colar na briga pelo título brasileiro

Placar 88

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“Posso dizer o que fiz? Convidei-os a ver Divertidamente 1 e 2”, confessa Abel Ferreira, em uma busca por ensinar como administrar emoções no Verdão, que está a um ponto do líder Botafogo

Raiva e Alegria dominaram a central de controle de Abel Ferreira, transformando as emoções do treinador, concentrado na própria confiança, para conduzir o Palmeiras à vitória sobre o Atlético-MG, no estádio Brinco de Ouro. E ainda que a cena pareça aleatória, está longe de ser. Porque mostra como um filme ajudou o Verdão a colar na briga pelo título brasileiro – agora a um ponto do líder Botafogo.

– Posso dizer o que fiz? Convidei-os a ver Divertidamente 1 e 2 – revelou Abel, em referência aos filmes da franquia da Disney com a Pixar.

Divertidamente, com a maior bilheteria do século no Brasil, conta a história de Riley, uma menininha entre os 11 e 12 anos de idade, que cresce aprendendo a conviver com as próprias emoções. Mostra as aventuras de Alegria, Raiva, Tristeza, Medo e Nojo, que na pré-adolescência se encontram com Tédio, Vergonha e Ansiedade.

Na Academia de Futebol, Abel Ferreira quis fazer a equipe entender essas emoções – ainda que nem todos consigam – para aprender quais e em que momentos elas são interessantes de ativar.

– Posso chamar a atenção para deixar os jogadores em paz, ou saudá-los. Todos temos um capeta e um anjinho. Qual quer dar ouvidos? Falo a eles, no jogo é igual. Tenho que falar comigo como a pessoa que mais amo. “Tu és bom, consegue”. Sem pensar muito na ansiedade, como no Divertidamente 2. Viva aqui e agora. Calma – explica o treinador.

– Sou treinador do Palmeiras, mas tenho carne e osso, tenho medo e escolho a quem quero dar ouvidos. O capeta, querendo azucrinar a cabeça, mas vou ouvir meus valores, o que interessa – completa.

E a referência do treinador não é sem motivo.

Divertidamente contou com a consultoria de psicólogos na formulação dos personagens e analogias do filme – entre os nomes citados, Dacher Keltner, Lisa Damour e Paul Ekman – e tem como um de seus trunfos mostrar como cada emoção tem um propósito. Não devem ser evitadas, mas compreendidas.

As palavras do treinador, aliás, lembram o que acontece com a protagonista Riley, que se vê tomada por um misto de emoções enquanto joga hóquei sobre gelo no ginásio da escola, modificando a postura de acordo com a emoção mais dominante – de raiva, medo, alegria, e até a ansiedade, por machucar uma amiga.

Entre os atletas do Palmeiras, Flaco López, que é artilheiro do Verdão no Brasileiro e na temporada, cumpriu o dever de casa. Assistiu ao filme ao lado da namorada, Delfina Apter, e conversou com ela sobre os significados e as emoções que costumam demonstrar.

– Ele em geral seria a Alegria, mas dia após o jogo, é aquele que está tranquilo, deitado, no telefone – conta Delfina, aos risos, em referência ao Tédio.

– Ela é alegre, muito alegre. Tem dias que é o vermelho… a fúria – devolve Flaco.

– Acho que mais a ansiedade do que a fúria – ela explica, compreensiva.

– A gente brincava com isso, mas todo mundo tem um pouquinho de ansiedade. Já teve muitas vezes que tive sim (antes de entrar para os jogos), mas eu levo bem – completa o jogador.

Agora, restando 10 rodadas para o término do Brasileiro e com somente um ponto de desvantagem em relação ao líder Botafogo, administrar as emoções em campo será determinante. Entre momentos de raiva, medo, ansiedade e a esperada alegria, o Verdão caminha para seguir sonhando com o inédito tricampeonato.

Fotos: GOOGLE

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