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Novo técnico do São Paulo, Thiago Carpini concedeu sua primeira entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira, no CT da Barra Funda. Aos 39 anos, o treinador foi questionado sobre a sua falta de experiência em times grandes e afirmou vê nesta chegada uma grande oportunidade (ele falou também sobre a necessidade de reforços.
– Tenho ouvido muito em relação à idade. É uma coisa que tem sido pauta em alguns questionamentos e acho perfeitamente aceitável. Mas eu me preparei para esse momento. Vejo uma oportunidade muito grande. Creio que nesse momento é a maior delas. E acho que a capacidade não está atrelada à idade. Todo mundo foi jovem um dia, teve uma primeira vez.
– Essa é a minha primeira de dirigir um clube desse tamanho. A gente só se torna mais experiente ou mais vivido em determinadas situações passando por elas. Antes da idade, enalteço mais a coragem do São Paulo de me oportunizar. Vejo um grande desafio, mas prefiro ver o copo meio cheio: é uma grande oportunidade –falou o técnico.
Carpini comentou também sobre o fato de assumir uma equipe campeão da Copa do Brasil e na qual a cobrança por manter o alto nível em 2024 será grande.
– Chego a um time vitorioso, campeão. O ano passado teve frutos inéditos. Normalmente quando o treinador assume um projeto é por um insucesso, mas assumimos um trabalho excelente do professor Dorival. É um contexto diferente, um trabalho bem feito, realizado. São situações de futebol, podemos pensar diferente, mas é uma linha a ser seguida, colocar algumas ideias, sugerir algumas ideias, e no dia a dia a gente propor para ver como vai ser a aceitação.
– Como pretendo lidar com isso, da idade? Com a mesma verdade, a mesma sinceridade. A gente cria um bom relacionamento, cria vínculo. Me colocando no lugar do atleta para tomar algumas decisões. Sabemos o tamanho da capacidade individual desse elenco. Estamos procurando uma equipe forte e competitiva para o São Paulo – acrescentou.
Carpini valorizou a companhia de Muricy Ramalho, hoje coordenador técnico do Tricolor. Ídolo do São Paulo, Muricy tem sido muito presente nestes primeiros momentos do novo técnico no dia a dia:
– Eu me senti muito seguro pela maneira que o São Paulo me abordou, os processos internos da diretoria, do Rui, as conversas com o Muricy. É inevitável a referência que ele é para nós, treinadores jovens. Trabalhar num clube dessa grandeza tendo um respaldo de um cara como ele, é um privilégio. No sábado ele falou sobre a relação que ele tinha com o Telê. Eu quero que o Muricy seja o meu Telê. Sou desprovido de vaidade e quero aprender com ele – falou o técnico, lembrando que o vitorioso Telê foi o mestre de Muricy no começo do treinador no Tricolor.
O presidente Julio Casares apresentou o treinador e disse que ele sempre foi o plano A da diretoria. Além dele, o clube conversou com Paulo Pezzolano, ex-Cruzeiro e atualmente no espanhol Valladolid.
– No nosso processo de entrevistas, processos que se deu durante uma semana, sempre teve o Carpini como um profissional gabaritado que esteve no nosso radar. Na primeira oportunidade aceleramos as conversas. Foi o primeiro que conversamos e o único que conversamos mais de uma vez. Carpini sempre foi nosso plano A. E ficamos muito felizes quando, antes de discutir qualquer tipo de situação, discutimos projetos. Ele é o técnico ideal para o São Paulo– afirmou.
Carpini revelou que tem trocado informações com Dorival Júnior, técnico que assumiu o comando da seleção brasileira. Os dois, por exemplo, conversaram na noite de domingo, na véspera da entrevista:
– Muitas coisas do jogo do Dorival pensamos muito parecido. Quando tem uma herança de um trabalho vitorioso, de conquista, claro que se foi vitorioso tem muitas coisas boas. Não é porque cheguei agora que vou mudar tudo. As coisas boas a gente potencializa, algumas coisas pensamos diferente, é natural. De maneira tranquila, gradativa, vamos propondo nossa ideia – completou.
Carpini terá pouco tempo de trabalho até o seu primeiro compromisso. A estreia no Campeonato Paulista acontece em 20 de janeiro, sábado, às 20h (de Brasília), contra o Santo André, no Morumbis. A primeira chance de título será na Supercopa, contra o Palmeiras, dia 4 de fevereiro, em Belo Horizonte.